sexta-feira, 21 de maio de 2010

Não sei se vou um dia me adaptar nesse mundo onde nem todos são como Dolores. Meus valores são os valores de Dolores e a moral de Dolores é a minha moral. Ou talvez nossa falta de valores e moral, que acho mais justo dito assim. Nosso sentimentalismo bêbado e egocêntrico é sempre o mesmo e nossa inconsequência não sabe como sobreviver nesse mundo. Tem por aí muita gente que me derruba de amor, mas não há ninguém como Dolores, não posso amar como amo Dolores, não é uma coisa possível. Dolores precisou ir pra metrópole pra saber como amar, eu precisei ir pro meio-do-mato. E foi no meio dessas mudanças que foi acontecer a maldição de estarmos há uns cento-e-poucos quilômetros de distância. Dolores Dolores Dolores, eu poderia repetir seu nome um milhão de vezes, é lindo escrever seu nome pra depois ficar lendo e lembrando lembrando lembrando como é bonito ser Dolores, como é bonito ter Dolores. Vou me atraver, Dolores, me permita me atrever dizendo que eu sou Dolores. Não posso dizer o quanto tenho de mim que é Dolores, mas eu me sinto tão assim sendo você, que eu me atrevo sem medo a te dizer isso. Essa corja toda, Dolores, não pode ser possível que sejam felizes. Esse excesso de moderação, essa falta de inconsequência, essa coisa toda preto-no-branco... É muito conservadorismo, minha amiga, é tanto julgamento que eles fazem, é tanto que eles me cobram. Mas eu deixo a presença de Dolores me rondando, me dizendo que eu faça o que quiser, me dizendo que eles nada sabem, que a gente é feliz assim amando e não se importando com nada além disso. Dolores, é sua presença que me mantém, é por essa sua insistência em mim que (sobre)vivo. Dolores, foi você quem me construiu, me colocou no mundo, me ensinou a única coisa que eu sei fazer direito nessa vida. A gente vai vivendo assim, se tendo e se salvando, que é o que nos resta, como sempre eu e minha Dolores.

Um comentário:

Anônimo disse...

Como não chorar com tais palavras?
Simplismente um dia pensei como você.
Revivi cicatrizes que a muito foram esquecidas, mas sei que a muito tempo estão curadas.
muito obrigada por me fazer reviver tais sentimentos.
suas palavras me fazem sentir.


PS:
venho a ler suas coisas a muito tempo, mas a vergonha me privava de comentar.
não sei o que você poderia pensar do meu comentario.idiotice? sim, eu sei. mas as pessoas reagem estranhamente.