terça-feira, 15 de novembro de 2011

"Posso até querer te falar como estou
Mas não vou
Prefiro ficar mudo
E deixar a dor sangrar em mim"


me sinto com uma úlcera em cada momento que te vejo numa vida. numa vida em que eu não existo, onde parecem proliferar bolhas brilhantes e estrelas e símbolos ridículos de felicidade, enquanto eu estou aqui miserável, há mais de um, dois, três, quatro, cinco... há mais de não sei quantos anos procurando o atalho mais curto pra apagar você. pra você deixar de ser qualquer realidade possível na vida que deveria ser só minha. e você nem sabe de tudo isso. eu não existo em nenhum verbo seu. eu poderia escrever você por séculos sem você nunca imaginar, quando eu só quero gritar, PORRA! te gritar pra você se refletir e se reencontrar em mim. eu poderia me calar. poderia engolir toda minha úlcera. mas eu não posso te deixar ir assim tão fácil. e é tão difícil ir te deixando ir. eu não sei até onde meu silêncio te permite ir. não sei até onde todos os meus gritos te resgatariam.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Meu bem, me perdoe a ausência
Me perdoe a fuga e também todo o medo
Cada dia que te nego ou te escapo seja, talvez, uma morte dentro de mim
As dores de outros tempos se fazem sempre tão atuais
Os outros enganos meus, que penso latentes, são tão diários
Me empedrecem tanto
Me apedrejam tanto
Que só entre frestas e brechas te vejo entrar
Como sol de inverno
Que é o único que aquece a vida nesses dias tão gelados

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Mais que tudo
vejo meu mundo:
incompleto.
Parece-me mudo quase tudo.
Acho que só a folha
que acaba de cair da árvore no chão
é que se faz ouvir
e me grita que mais um outono chegou
e eu ainda te amo tanto...