quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

anathema's effect on your mind - part II

Ninguém se interessará, muito menos vai querer saber, mas vou contar uma historinha tola qualquer. De uma guria que insiste em nunca me surpreender. Seu nome na verdade não importa, pode ser Luiza, Clara, Julia ou até mesmo Natasha [e quando encarna Natasha, tem todos os aspectos daquela mesma Natasha ao estilo Capital Inicial]. Nunca é sempre a mesma, mas é sempre tão previsível. Entende?! Não, né. Eu sei. Eu também não. Ela também não.
O fato é que ela parou um dia desses, já que nunca tem nada pra fazer, e fez seus retrospectos à infância, comparando 'how misearable she was' e 'how misearable she is now'.
Começou pelo começo seu momento nostálgico. [Penso que o começo nem sempre precisa ser o primeiro a ser contado nas histórias. O estilo Lynchiano de cenas confusas e misturadas faz as histórias tolas parecerem bem mais interessantes. Mas essa guria insiste tanto em ser não-interessante, que ignorou Lynch nesse momento.] Bom, voltando ao começo, ela pôs-se a pensar que tudo começou errado já. "Taquepariu, nem sequer fui uma criança endiabrada!", pensou. Cara, quer algo mais desinteressante que ser uma criança obediente e educada? Pãts, não existe mesmo! Isso daria um belo de um 'Prefácio desinteressantíssimo', e longe do estilo Mario de Andrade, of course. Não brincava de bonecas por mais de meia hora, achava um saco. Jogava videogame, mas não necessariamente por gostar. Acho que nem gostava na verdade. Na escola deveria ter no máximo 2 amigos(as). Só tirava 10. Mamãe a vestia mal. Era gorda. Jogava bola com os meninos da rua. Gostava de praia. Incrível pensar nisso, pois hoje ela insiste em dizer que odeia praia. [Se bem que alguns fatos semi-atuais, que não merecem vir à tona nessa história e que a guria fez questão de não incluir nos seus retrospectos, justifica o ódio à praia.] Quando pivetinha, sentava com o pai na areia da praia e cavava até caber seu corpo inteiro dentro do buraco, achava isso tão divertido. Hoje se afunda também, mas não mais em buracos à beira da praia, e sim em vazios sem fim. E hoje em dia evita ao máximo ficar perto do pai, pra evitar qualquer assunto que seja. Sabe que vai se irritar fácil e nunca gostou de mostrar sua inquietação pra ninguém. Ah, tem essa também. A guria parou pra pensar de que valeu todo seu equilíbrio comportamental até hoje. De quê? Não valeu de nada! Mas também, acha que caso se pusesse à falar sempre tudo que pensa-sente-quer tudo seria bem pior. Até os 12 ouviu Sandy & Junior e cantava sem sequer prestar atenção na letra "eu quero mais, mais que alegria e o tempo todo sorrir". Hoje não canta, mas ouve Anathema de olhos fechados e sente o peito diminuir quando ouve frases como "have I really lost control" ou "how much longer till I hit the ground". 5 e pouquinho da manhã, ônibus entupido, peso nas costas [não só da mochila, claro] e pensa "queria o colégio de padres de novo". Nunca foi auto-piedosa, mas aposto que ao contar seus retrospectos vão pensar que no mínimo ela era, e muito! Outras partes de seus retrospectos prefiro censurar daqui, outras ela sequer parou pra pensar ou incluiu nisso tudo. Paro por aqui a história dessa sem-graça-alguma. Porém, não sem antes dizer que todo esse martírio se cessou. Incrível não?! Encontrou algo [na verdade, alguém] que fez tudo isso parecer irrisório. Na verdade não parecer irrisório, mas agora acha mais interessante pensar nesse algo [na verdade, alguém] que nos seus próprios retrospectos. Esse algo-alguém 'calm the storms and give rest for her'. E isso era o que ela precisava. Enfim...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

anathema's effect on your mind

Não é fracasso aceitar que algumas coisas que insistem em não mudar, de fato não mudarão, é? Começo a pensar que não. É aceitação, apenas. 'Aceitar' muito rápido não é 'aceitar', aí seria desistência, acredita-se. Porém, procrastinar o tempo de não-aceitação e de insistência é não-sempre-bom. Na verdade, chega a ser sofrido. E acha-se que não se deve pensar então, que se é do time dos desistentes e vencidos. Se é conformada, eu acho. É não, está! Nem sempre foi. Aliás, nunca nem foi mesmo. Se isso é ser mais madura ou mais medrosa, também não se sabe. Um pouco de cada um, provavelmente. De alguma forma se sente caindo. E por mais quanto tempo até atingir o chão é outra coisa que também não se sabe. Sabe-se que a queda é longa, causa imensa aflição e por mais que saiba que vai doer, paga pra ir até o fim. Quem te 'compreendia' é agora quem te pressiona, sem escrúpulos e sem pensar se isso te machuca ou desespera. Você só quer que a noite chegue, você pegue sua imensa xícara velha e preferida, se entupa de café e ouça (ou leia) as palavras confortantes de toda a noite e que sendo ou não repetidas te fazem sorrir e esquecer a corrosão que o durante-o-dia causa no seu cérebro. E o seu 'meu-alguém' sabe bem como te fazer esse bem.
"Vem sentir mais daquilo que não deu pra ver, mas fez sorrir."

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

alguém

Tô sentido tudo tão-intenso, como eu gosto de sentir [ou como fui pré-destinada a sentir]. É algo como se sentir bem e não ver fim pra isso [não que eu queira um fim, longe de mim, mas normalmente as coisas boas têm um prazo curto de duração]. Dessa vez parece não ter prazo de validade. É achar ‘alguém’ com quem você se sente à vontade para ‘paranoiar’ sempre que as coisas apertarem no peito e saber que por mais que não seja entendido a fundo, esse ‘alguém’ vai ficar se martelando e se matando pra te entender e, é claro, pra te salvar do caos existencial. Na verdade, esse é o tipo de ‘alguém’ que sequer te deixaria chegar ao ponto de cair no caos existencial, justamente porque esse é o ‘alguém’ que te tirou desse maldito caos. Muitas vezes os dois juntos caem no clichê [o que é inevitável], mas a intensidade é tanta, e muita, e sempre, e sincera, que há profunda beleza até no que é clichê. Nessa relação até os clichês parecem novidade. É tudo novo. É você se ver refletida em algo que quando olha de relance pensa “nossa, meu oposto!”, mas que na verdade é mais parecido com você que sua própria imagem no espelho. É achar a paz quando o que mais dizia era “como preciso de paz!”, achar o que te palpite o coração quando pensava “que falta de emoção em tudo!”, é achar o que te completa quando só sentia “que vazio imenso, sem cor, sem fim!”. É passar a ter sonhos seqüenciais [com esse ‘alguém’ protagonizando, é claro], depois de tanto tempo de noites sem-sonho, de sono-escuro. É querer colorir seus desenhos mal feitos de madrugada no diário, depois de passar madrugadas começadas no breu e terminadas em branco, sem arte, sem inspiração e sem nada, onde a cor que predominava era o cinza do seu lápis de grafite 2.0. Agora a cor está em tudo. Na verdade não em tudo mesmo, mas o novo-sentimento faz querer procurar cor onde não há, ou até mesmo correr atrás da solução que fará a cor que sumiu em certas coisas, reaparecer. Seria em vão dizer que quer se jogar de cabeça nisso-tudo, porque na real já não entrou só de cabeça, mas de corpo inteiro. A coluna dói, os dedos e pulsos doem, a visão se cansa, mas tudo por mais alguns minutos na frente da tela do maldito computador, na sede de mais algumas palavras confortantes e que te roubam sorrisos que demoram pra cessar [isso quando se cessam, já que normalmente insistem em permanecer no seu rosto, ou voltarem nas horas mais inesperadas e impróprias por você ter se lembrado de algum-momento com ‘alguém’]. Telefone, celular, mensagens, computador, orkut, msn, e-mail... Tudo aquilo que era só o seu passatempo para as horas de nada-pra-fazer agora é como que uma necessidade, pra te manter o mais ‘próxima’ possível de ‘alguém’. É o que te sobra pra diminuir a distância. Ah, tem a distância. Essa felizmente só se resume a algo besta chamado ‘quilômetros’, porque de todo o resto possível vocês estão próximos, o mais próximo possível e imaginável. Tudo que você mais desejava era que ‘um-alguém’ entrasse na sua vida, mas agora ‘o-alguém’ entrou e você só quer mesmo é que ele não saia. A real é que não sei se encontrei ‘um-alguém’, ou ‘o-alguém’, ou ‘qualquer-que-seja-esse-alguém’, mas sei e sinto que é o ‘meu-alguém’.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

taking deeper

Depois de muito tempo quase-muda e vazia e com potencial pro nada pego uma caneca de leite quente, sento, coloco 'aquela' música no repeat e aqui me sento. Sento e sinto. E estar sentindo é bom mesmo que não seja algo bom de se sentir. Traz emoção, ao menos. Se boa ou ruim, não vem ao caso. A atenção é toda do sentir. Incrível como sentir faz pensar. É tanto pensamento, que se multiplicam naquela velocidade digna de se comparar à bokanovskização dos tempos de Ford. Só pensamento sem-sentido-algum, mas que tem um porquê de ser, lá no fundo, fundinho mesmo. Sei que todo esse sentir-pensar-sentir-pensar tem feito sorrir. Às vezes queria não ser tanto do time do sentir, mas é muito às vezes. Gosto mesmo é do estrago. E gosto dessa de sentir tudo tão-intenso. Prefiro assim.