domingo, 31 de maio de 2009

As vezes dói saber-te. Aliás, retifico e digo que a dor de saber-te é uma constante. Dói saber-te longe ou saber-te perto. Dói saber-te vivo. Mais ainda dói saber-te vivo e não-meu. Dói saber-te (sendo) dela. Egoísmo, sim, mas dói também (e até isso dói) saber-te feliz. Dói saber-me desarmada de uma ação qualquer diante de tudo isso sobre ti. Sobre mim. Parece ser tudo uma dor constante, sem fim próximo. Não sei mais se consigo suportá-la e sei menos ainda se há como cessá-la. É amargo que rasga a pele. É.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

E ainda em toda vez que chego à casa, cá, é o pensar nas santas sextas no bar, a embriaguez louca e linda, toda a insanidade que só o rock paulistano pode, a paixão que bate na cara (e com força!), o cheiro de cigarro na roupa, o amor que ficou. É a dor e a saudade. O sono louco pós-rock, o sol das 6 da manhã e os pés que doem. Os anos 80 na pista e o saudosismo em erupição, a dancinha ingênua e sincera, cada movimento que existe porque não poderia não existir. A vida que não pára e nem descansa, nem um segundo sequer. Lá é tudo correria, é tempo louco, é pressa, pressa de ser e estar. É querer louco, vezes cem, vezes mil. São tristezas várias, dores muitas e risos também. É tudo muito e quase tudo dói. Dói lá e dói cá, quando chego querendo voltar. Mas eu não posso, honey. Lá é amor sem eira nem beira, que dói, que bate e lapida e cá é romance, entenda. A veia tem agora outra sede. Me deixem cá, que fato é o que já é consumado, que muito menos que seja possível calcular e sem me dar conta vou me pegar na estrada involuntariamente, correndo, na pressa de voltar ao amor sem eira nem beira, que é veia que pulsa sempre mais, queira ou não, bem ou mal.

terça-feira, 12 de maio de 2009

15 de fevereiro de 2008, por mim:

"A coluna dói, os dedos e pulsos doem, a visão se cansa, mas tudo por mais alguns minutos na frente da tela do maldito computador, na sede de mais algumas palavras..."

Hoje, mais de um ano de depois, tô sentindo igual, igualzinho. O contexto é outro, mas a sede é a mesma.

domingo, 3 de maio de 2009

E como eu senti falta disso eu, e só eu mesma, sei. Uma coisa toda de ficar a te observar com seu cigarro, seu mundo de cabelos, andando de um canto pr'outro do meu quarto, mostrando todo sua arte (corporal), seu corpo, seus tiques e seus vícios. Aí logo depois disso (ou antes, porque tanto faz a ordem) a gente sentando no chão, lendo eu pra você (me lendo, aliás), você pra mim, e falando de vazio e do desespero incessante que isso traz, de envelhecer, de ser só no mundo (ou só em qualquer lugar ou coisa ou pessoa ou situação ou tudo), de medo(s) e de tudo o que nos vier à mente. Ah, como você é bonita.
Eu sou aquilo que perdi.

sábado, 2 de maio de 2009

o que é inexprimível

Eu sonhei sobre você e te contei que sonhei. Foi sobre amor, sobre amar. O sonho. Um ou dois, ou não sei bem quantos dias antes eu te 'cantei', ou melhor, te escrevi, aquilo que Cazuza já sentiu e mais, certamente, o mundo todo, imagino. E foi isso: eu preciso dizer que te amo, te ganhar ou perder, sem engano. Eu disse e tô sempre por aí gritando que te amo. E eu te perdi, sei, mas ainda não foi sem engano, acho e sinto. Por isso ainda me retorço e acabo te procurando. Sei já que não funcionam as promessas que me faço de me calar e me fingir forte. Te procuro e te acho meio embaçado, atrás dos copos e das garrafas das mesas dos bares que a gente insiste em ir junto. E só assim mesmo te acho, dessa forma amorfa. Aí a gente tenta fugir e fingir que nada aconteceu e que continua tudo igual, exatamente como antes. Sobre você não sei, mas pra mim não é igual, forço tudo, forjo tudo. E eu tô me perdendo nesse tentar exprimir e me perdendo nesse sentimento sobrevivente e não sei mais em quê, mas tô.