sexta-feira, 13 de julho de 2012


"blackbird singing in the dead of night,
take these broken wings and learn to fly
all your life,
you were only waiting for this moment to arise"

quero sangrar toda minha não-fé
que é amor detido
sangrar pelo corpo todo
poro por poro
o sangue que me circula
grosso
denso
difícil

quero sangrar meu falso pacto com a monogamia
que a moral burguesa cá plantou
e dói fundo e imenso
quando percebo esse desvio
e me forjo fiel
fiel a que? a quem? por quê?
nem a mim o sou, meu deus
eu sou tão suja quando quero

quero me relacionar
trepar
sem desespero, sem o cu-na-mão
porque é tanta falha de antes
e é tanta falha doravante (suponho)
e sem culpa quero o sexo das andorinhas
voando para além de...
para além de não-sei-quê
jamais como os cães
com coleiras e submissão e devoção
e o medo de que meu dono se vá

eu mesma irei um dia
na verdade, eu me vou todos os dias