sábado, 12 de abril de 2008

oito-sem-fim

Penso que queria conseguir escrever de forma automática sobre isso tudo, de forma que fosse simples, rápida, sem muito ter que pensar e buscar palavras. Mas não, não dá. Não sei se sei bem de onde mesmo vem essa falta das palavras, se sei o porquê delas me fugirem, se é por ser tão acima de tudo-todos que me faltam suntuosos vocábulos ou se por ser tanto em mim e pra mim que me silencia. "O silêncio é a melhor forma de se expressar quando a sensação que experimentamos excede a medida comum de sua sensibilidade". E nesse caso o silêncio seria como o ápice da expressão, do transbordar de sentimentos, sensações, sentidos (os cinco desde sempre tão bem conhecidos e até outros mais que sabemos bem quais ou saberemos, espero). Há tanto que quero contar de mim e de tudo mais intrínseco aqui e há muito mais que quero saber, perguntar, conhecer, descobrir, redescobrir, experimentar e continuar experimentando sem um fim próximo ou, melhor ainda, sem fim nenhum. Vejo a janela abrindo uma pequena fresta e se preparando parar pintar novos quadros que sei, se estigmatizarão. E tem sido tão natural que já se tornou inquebrantável. Já não sei como me enxergar sem as madrugadas a fio de ditos tão visionários, sem os escritos que acho perdidos pelos meus cadernos e livros me lembrando do quão necessária sou nesse mundo aí (que ainda conheço tão pouco ou talvez muito, mas menos do que quero conhecer). Sei lá eu como seria não mais achar papéis perdidos com poesias e desenhos que tão-bem e tão-só-nós sabemos o que significam. Sei menos ainda como seria abrir a carteira e não ver aqueles dois balões ligados pelo menos fio, que se moldam um ao outro e que, antes de toda essa simbologia, era só um fio meu de cabelo. E de forma alguma saberia não ter entraves filosóficos sobre livros, idéias, ideais, planos, projetos (em conjunto, muitos deles) e preferências que acabam sempre tangendo em algum ponto ou em todos muitas vezes. Quero jogar pingue-pongue muitas outras vezes sem me preocupar com a pontuação, ouvindo Elis Regina e falando de Roberto Piva e a piedade. Vamos continuar desenhando e acreditando no "oito deitado". É assim que quero e enxergo tudo, entende?

6 comentários:

Marcella Klimuk disse...

um oito deitado é o infinito :)


e eu ainda terei isso tatuado

thaís. disse...

"Escrever" existe por si mesmo? Não. É apenas o reflexo de uma coisa que pergunta. Eu trabalho com o inesperado. Escrevo como escrevo sem saber como e por quê - é por fatalidade de voz. O meu timbre sou eu. Escrever é uma indagação."

"Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas, continuarei a escrever."


da clarice. sempre a clarice.

Rafael Carvalho disse...

when one eight becomes two zeros

Rafael Carvalho disse...

na verdade é o eterno dilema dos top 5. sempre tem um 6º.

sempre tem um segundo a mais que poderia ter mudado

mas a mudança real se dá sem a gente perceber. simplesmente muda, a gente pega aquele caminho e faz [isso eh mais nítido em pessoas que lidam de modo impulsivo, e agora, mais do que nunca eu cheguei a conclusão de que só mulheres agem assim], e pronto: eis aquele 1 segundo de despreparo


tudo precisa de um gatilho.
um threshold. um limiar para que, A PARTIR DALI as coisas aconteçam, ou o compressor funcione.

Rafael Carvalho disse...

conheço nada não. =D

nessa época eles ainda cantavam um verso de uma música do Glassjaw nessa parte, ao invés de letra do eddu, e essa música chamava mostra sua cara

o Portishead novo é difícil, mano. não consegui digerir ainda...

Unknown disse...

tá cumprindo a meta de um post por mês mesmo?